João Rocha
Há homens, que após uma vida inteira serão lembrados pelo poder que exerceram, e há homens que serão valorizados por conta da serenidade que demonstraram ao conviverem com o poder, mesmo em tempos difíceis. Homens públicos com essa firmeza, e o propósito intacto de lutar pela coletividade, são capazes de agregar aliados pelo exemplo, capitaneando projetos que mobilizam a confiança alheia a partir da coalizão. Políticos dessa natureza são importantes e passam pela história com protagonismo, porém, é justamente em momentos de incerteza que sociedade passe, como esse que o Brasil atravessa, que deles é sinalizada a referência para que um povo e as suas instituições consigam recuperar o caminho pelo progresso.
João Rocha, de 58 anos, professor de educação física, lutador de judô, pai, marido e cidadão exemplar, é uma dessas raras pessoas que a vida pública definirá como imprescindível quando a política de Campo Grande, e do Mato Grosso do Sul, for recontada por futuras gerações. Sem personalismo, e com a simplicidade de quem possui a consciência do próprio dever, ele representa na sua jornada um soldado da coerência e da unidade na política, sendo um verdadeiro construtor de consenso. O lutador que incorpora, no terreno complicado da política, a preservação de valores fundamentais, como a preservação do diálogo na efetividade e objetividade do foco pelo bem comum.
Vereador por três mandatos, João teve que esperar outras duas eleições até se eleger, e após entrar para a Câmara Municipal de Campo Grande provou o quanto poderia colaborar para as soluções sociais em diversas áreas, principalmente no Esporte e na Educação. Por conta disso, João se tornou na verdade em um transformador social, sem um raio de ação previsível, sem a opção de se escorar em bandeiras para conquistar o eleitor. Sua aposta é no sustentável, no mais institucional possível, na valorização do ofício de parlamentar e por conta desse conjunto de virtudes foi conduzido à presidência da Casa de Leis quase que por unanimidade, no final do ano passado. O placar da escolha só não foi absoluto em razão da base do prefeito ter registrado um ‘constrangido’ parecer contra.
No novo desafio, assumiu o compromisso de resgatar a confiança da Câmara, reabilitando a autoestima dos vereadores em ações que competem ao legislativo, como fiscalizar o executivo e propor soluções com a gana de quem possui a prerrogativa de não aceitar a tragédia social em qualquer situação. Prova disso, foi a conversa com cada vereador que passou a ser frequente e um dos pilares da mudança de comportamento a um Poder questionado por cassar o prefeito Alcides Bernal, que segundo investigações teria cometido sete crimes administrativos. A Mesa Diretora comandada por João não se limita a essa reabilitação particular e fez com que a força readquirida fosse levada para o povo, em uma cruzada no reestabelecimento da proximidade entre parlamentares e os bairros. Renasceram assim as visitas institucionais à periferia da Capital, a denúncia inteligente - e a pressão por melhorias, ajudou o campo-grandense a redescobrir seus representantes da legislatura.
Poderia ser pelo incentivo de outros líderes, poderia ser antes, ou mais tarde, mas sendo pelo pacto proposto por João Rocha, essa recomposição será única e forte. Teria que ser alavancada pelo brio de um homem que acredita na fé em Deus e no poder de renascimentos, ou na valência do amor e da verdade acima de qualquer desilusão ou provação. Com o intuito de debater sobre política, o MS EM DIA convidou para uma entrevista esse mestre da resiliência, para que apesar da crise possamos acreditar que um cotidiano de dias melhores pode ser construído com trabalho e esperança.
MS EM DIA - Era um objetivo seu se tornar presidente da Câmara ou se tornou um objetivo durante a legislatura?
JOÃO - Todo cidadão aspira avançar no segmento que faz parte, principalmente se ele possui uma participação efetiva e compromissada com a instituição. Comigo não poderia ser de outra forma, e hoje cumpro o papel de presidente da Câmara, tendo a noção de que substituí o meu colega Mario cesar, o que me deixa muito honrado. Coube a ele, em um ato de nobreza, zelar pela preservação da Casa, renunciando em razão de uma série de acontecimentos que foram amplamente divulgados. Com a eleição de Mesa Diretora fui conduzido ao desafio de comandar esse grupo de líderes por um apoio expressivo dos parlamentares. Sei que o momento me tornou presidente, mas eu asseguro que eu estava preparado. A experiência na vida pública, a musculatura adquirida na política e os meus valores me credenciam para a responsabilidade.
MS EM DIA - A crise na política valoriza homens como o senhor e os seus valores?
JOÃO - A minha trajetória na vida pública é calçada em valores, aprendizados que tive com a minha família e que consolidei no meu desempenho como professor, depois como treinador e depois como gestor público. A minha jornada como cidadão foi pautada por performance, como é pautada a vida de um esportista, por isso o esporte é um espelho para mim. Por acreditar em causas, e não apenas em coisas, me envolvi com a política, mas nunca deixando para trás o propósito de atuar pelo coletivo e de evoluir na performance desse objetivo. Tenho muito claro a noção de que o mandato não pertence ao homem público e sim à sociedade, que nos empresta uma oportunidade para realizar algo pelo bem comum. Na crise, procuro também mostrar a minha capacidade de ajudar para que juntos deixemos para trás esse nevoeiro todo.
MS EM DIA - O João Rocha do primeiro mandato é diferente em que do atual presidente da Câmara? Qual é o seu conceito sobre renovação na política?
JOÃO - O tempo e cada experiência desafia a todos nós, e ao político para se reinventar. E nesse processo fica evidente o que seria o continuísmo e o que seria a continuidade. Eu aposto em sequência com melhoria da performance, musculatura da participação e na mescla de juventude e maturidade para que o coletivo consiga bons resultados. O esporte ensina sobre essa renovação afirmativa.
MS EM DIA - Campo Grande passa por uma crise de perspectiva?
JOÃO - Não sei até que ponto seja uma crise de perspectiva, mas é um momento que exige reflexão, das pessoas e dos políticos para que se repense a forma de se fazer política. Existe uma voz das ruas que pede abertamente uma representatividade democrática menos isolada e mais efetiva nas ações. Na minha visão, isso não pode ser ignorado e as instituições do Poder Público têm que buscar de alguma forma atender esse anseio, com diálogo e trabalho, que gerem resultados.
MS EM DIA - Por qual razão o prefeito veta tantos projetos da Câmara? Seria uma forma de mostrar que ele não sinalizará com uma harmonia com o legislativo?
JOÃO - Logo que assumi a presidencia da Câmara tinha como objetivo resgatar a valorização da importância do Poder Legislativo, que é um guardião da democracia, e também abrimos um canal que sinalizasse o desejo de harmonia com o executivo. Infelizmente, essa segunda questão não se tornou viável depois, porém ocorreu assim por uma decisão do prefeito e os vetos até para projetos autorizativos mostraram bem qual é a ideia da prefeitura. O passo seguinte foi de criar uma reaproximação com a sociedade, formatando de uma maneira diferente a visita aos bairros, o que por sua vez deu muito certo neste ano.
MS EM DIA - O que é possível levar do esporte para o seu modelo de liderança com os vereadores nessa gestão ?
JOÃO - A sociedade é plural, moldada de diversas formas e a escolha de uma liderança está muito ligada a natureza de um grupo e ao momento que esse grupo atravessa. Por eu ser do esporte, muito ligado a essa questão da disciplina, e ao fato de suportar uma forte pressão muitas vezes para se garantir a boa performance, eu me tornei uma referência de liderança para este momento. Sou presidente de uma Casa de Leis que possui 29 líderes, então o meu modelo de liderança antes de tudo é o de respeitar o espaço de cada um e permitir um equilíbrio entre todos. Para isso, as regras da instituição são fundamentais o que nos faz valorizar tanto o Regimento Interno e o respeito entre os pares.
MS EM DIA - O que vocês pretenderam com esse novo modelo de visita institucional aos bairros? Existe o objetivo de criar uma referência disso para o resto do Estado?
JOÃO - Nosso objetivo é o de cumprir as obrigações do poder legislativo e para isso o projeto foi repensado. Se em outros lugares isso for reproduzido com efetividade seria ótimo, mas o que se espera de qualquer Câmara Municipal é o compromisso com a fiscalização do executivo, formulação de leis e atendimento à população em acolhimento de reivindicações. A essência da nossa atividade parlamentar se pauta nessas ações e disso nascem os projetos.
MS EM DIA - O PSDB conseguiu apresentar um projeto interessante em 2012 e saiu vitorioso das eleições, mesmo não indo para o segundo turno. Na visão do senhor o conceito de política do partido o obriga a concorrer com chapa majoritária neste ano na Capital?
JOÃO - Não gosto de dizer que é obrigatório, mas sugere que o partido estude bem a possibilidade de lançar uma candidatura no pleito. Que seja uma candidatura que traga o que é pensado para a Social Democracia, e o ‘Pensando Campo Grande’ faz jus a isso, porém com um nome que atenda ao anseio da população. Para isso haverá muitas discussões internas, avaliações positivas, consulta a pesquisas qualitativas e quantitativas, que permitirão uma decisão consciente do PSDB. O cidadão espera isso da gente e vale lembrar que aquela forma de fazer política ajudou na eleição do Reinaldo para governador, então existe sintonia com a sociedade. Estamos no Estado fazendo o possível para acertar e equilibrar Mato Grosso do Sul rumo ao desenvolvimento. As pessoas veem na política a organização de um desenvolvimento e na nossa Capital hoje essa organização inexiste.
MS EM DIA - O senhor seria ainda um pré-candidato a prefeito pelo PSDB ou a definição hoje está mesmo entre a Rose e o Riedel? O senhor possui preferência por algum deles?
JOÃO - O candidato sairá de todo um sistema de avaliação e temos muitos nomes no PSDB, o que inclusive mostra o quanto o partido possui um quadro muito bom, que torna complexa essa decisão. Na hora certa haverá a definição e o propósito de qualquer sigla é vencer, alcançar o poder, mas só alcançar o poder não basta. Tem que alcançar para realizar, para fazer a diferença e estamos preocupados com isso. O nome que for escolhido vai incorporar esse projeto e essa responsabilidade na Capital e nas cidades do interior que tivermos candidaturas a prefeito.
MS EM DIA - Qual conselho o senhor daria para o próximo prefeito de Campo Grande, que governa a cidade entre 2017-2020?
JOÃO - Que ele pense a cidade de uma forma completa, vendo Campo Grande não apenas com o que existe em uma região, mas em todas, que leve em consideração a área rural, que construa um diálogo aberto com o funcionalismo e com os segmentos, que pontue uma relação efetiva e harmônica com a Câmara. Espera-se do gestor público uma postura madura e aplicada pelo coletivo. Vale para a Capital e também para outras cidades, pois o Poder Público tem que estar voltado a viabilizar soluções para o cidadão, que paga os seus impostos e quer o retorno desse investimento em serviços que atendam boas expectativas.
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